O problema da multimodalidade e da multissemiose está entre as figuras centrais do investimento epistemológico em torno de uma concepção de linguagem como prática social, na pesquisa teórica e aplicada, nos campos da história da arte, dos estudos da linguagem e dos estudos em educação. Entre os elementos desse investimento encontra-se o esforço em compreender processos sociais de circulação (recepção, seleção, edição e distribuição) de produtos culturais multissemióticos em práticas sociais situadas cultural e historicamente, entre as quais, a prática escolar. Iara Lis Schiavinatto (Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas) propõe abordar a “imagem como objeto de estudo num jogo de relações históricas e na constituição do real”, estando nesse jogo seu potencial catalisador da construção de versões da história e do cotidiano. Anna Christina Bentes (Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas) discute sobre como determinadas ordens sociais e culturais são percebidas, formuladas e ou invocadas no interior de vídeos de “alto impacto”, ou seja, vídeos que viralizam na internet, o que pode auxiliar a compreensão sobre as relações entre texto e contexto. Sandoval Nonato Gomes-Santos (Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo) trata dos recursos multissemióticos manejados por crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental quando da produção de exposições orais no ambiente escolar. A descrição desses recursos é mote para a discussão sobre o lugar da multissemiose como objeto de estudo no currículo e na prática escolar.