Livro 'Estudos do texto e do discurso: perspectivas contemporâneas' (2022)
Discurso digital: efeitos da automatização da leitura no campo teórico e analítico da Análise de Discurso
Cristiane Pereira Costa Dias
Universidade Estadual de Campinas
https://orcid.org/0000-0001-5711-5288
Resumo | Início do capítulo
Gostaria de começar situando o lugar teórico do qual parto para refletir sobre o discurso digital: o da Análise de Discurso materialista. Essa teoria, iniciada na França em torno dos trabalhos de Michel Pêcheux tem como obra fundadora o livro Análise Automática do Discurso (AAD69), em torno da qual Pêcheux trabalha na formalização da análise de discurso, conforme mostra Eni Orlandi (2019, p. 143) no texto “A Análise de discurso é possível?” Essa formalização se estabelece, para Pêcheux, pela informatização, daí a proposta da análise automática do discurso, “que lhe dá um instrumento para pensar a análise, tomando como unidade o enunciado, procurando abranger a relação da linguagem com suas condições de produção (sujeito e situação; e eu acrescento: memória)”.
Referências
DIAS, Cristiane. Análise do discurso digital: sujeito, espaço, memória e arquivo. Campinas: Pontes, 2018.
MENEZES, Adriana Vilar de. Nordestino na rede: discurso de ódio e disputa de sentidos no Twitter nas eleições 2014. Dissertação (Mestrado em Divulgação Científica e Cultural) – Instituto de Estudos da Linguagem e Laboratório de Jornalismo Científico, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2019. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/CAMP_e87b31e4d44638ad7d1492c792db85fa. Acesso em: 30 jan. 2022.
ORLANDI, Eni. Discurso em Análise. Campinas: Pontes, 2012.
ORLANDI, Eni. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 3 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1995.
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PECHEUX, Michel. Ler o arquivo hoje. In: ORLANDI, Eni (org.) Gestos de leitura: da história no discurso. Campinas: Editora da Unicamp, 2010. p. 49-59.