XI EPED | 2019

Em 2019, o EPED chega à sua décima primeira edição. Para este ano, destaca-se que a questão norteadora das conferências e das mesas é a interlocução entre Discurso e Poder. O objetivo desta escolha é propiciar o diálogo entre diferentes perspectivas teóricas sobre o assunto, de modo a expandir as discussões e aprofundar a compreensão dos processos de polarização na contemporaneidade, o que inclui examinar as práticas e as articulações que estruturam hegemonias, bem como aquelas que propõem resistência.

Ressaltamos que o tema norteador da edição indica os assuntos que serão tratados nas mesas-redondas e nos minicursos, o que não implica que os trabalhos submetidos devam versar sobre tal objeto.

O EPED convida para participar do evento pesquisadores - tanto da Universidade de São Paulo, quanto de outras instituições - que desenvolvem pesquisas sobre questões discursivas, textuais, semântico-pragmáticas e interacionais.

 


Comissão Organizadora do XI EPED

XI EPED

2019

Prof. Dr. Paulo Roberto Gonçalves-Segundo (Lattes | ORCiD | ResearchGate)
Célia Regina Araes (Lattes | ORCiD | ResearchGate)
Claudia Castanheira Cardoso (Lattes | ORCiD | ResearchGate)
Gabriel Isola-Lanzoni (Lattes | ORCiD | ResearchGate)
Natalia Penitente Andrade (Lattes | ORCiD | ResearchGate)
Winola Weiss (Lattes | ORCiD | ResearchGate)

 

 


Programação geral do XI EPED

 

 

 


 

Caderno de resumos

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Caderno de resumos

 

 


Conferências

No XI EPED, tivemos duas conferências. 

Abertura: Bases teóricas que sustentam o conceito de discurso em Bakhtin e Foucault

Profa. Dra. Isabel Cristina Michelan de Azevedo (Universidade Federal de Sergipe)

Resumo

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Encerramento: O Discurso da Mídia: legitimação e categorização social

Profa. Dra. Karina Falcone (Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

Discursos constituem sociedades e têm força para (des)legitimar atores e grupos sociais. Tal afirmação tem como base a Análise Crítica do Discurso, norte teórico deste trabalho. Seguindo essa perspectiva, proponho analisar a ação discursiva do jornalismo no processo de (des)legitimação do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996. Minha proposta é discutir o estudo da (des)legitimação a partir de duas perspectivas: i) de forma mais ampla, entendemos que se trata de um fenômeno resultante de distintas práticas sociais, por isso precisa ser investigado multidisciplinarmente; ii) e, especificamente, como uma prática discursiva que age na elaboração cognitivo-discursiva de categorização de atores/grupos sociais. Distinguir tais aspectos requer uma análise mais complexa dos processos de construção da (des)legitimação, e possibilita investigar o fenômeno a partir dos seus distintos aspectos constitutivos: social, cognitivo, político e discursivo. Ao situar a (des)legitimação como um fenômeno atrelado à prática social, entendo que ele extrapola os limites de um domínio específico e resulta das amplas relações que se estabelecem em uma sociedade. Assim, é possível compreender a constituição da (des)legitimação não apenas como algo relacionado às instituições de poder, ou a amplas disputas ideológicas, mas também como um fenômeno que se cria a partir de práticas cotidianas. O corpus deste trabalho é a cobertura da Folha de S. Paulo, durante o período de 1996 a 2006. Dessa análise, identifiquei uma macro-categoria, a qual denominei “frames de cobertura”. Os frames são recortes observacionais do corpus e possibilitam discutir como ocorreram os processos de interação entre imprensa e sociedade. A partir dos frames, observo o funcionamento dos aspectos linguístico-textuais-discursivos.

 

 

 


Mesas-redondas

No XI EPED, tivemos duas mesas-recondas. 

Mesa-redonda 1 - Discurso, poder e educação

A proposta da mesa é discutir, a partir de diferentes abordagens teóricas, as possíveis relações entre discurso, poder e educação, compreendendo de que modo se estruturam as práticas e articulações dos discursos hegemônicos e quais seus possíveis reflexos na educação.

Discurso, poder e educação: imagens da língua, de seus falantes e de seus professores

Prof. Dr. Valdir Heitor Barzotto (FEUSP/FFLCH-USP)


O trabalho consiste em analisar textos produzidos em instituições que têm poder para argumentar sobre a língua e seu ensino. Com base nos Estudos do Texto e do Discurso, busca-se compreender as direções argumentativas presentes nos comentários feitos em diferentes textos a respeito da língua, de seus falantes e de seu ensino. A hipótese que perseguimos é a de que tais comentários permitem depreender imagens da língua que ora realçam lugares de poder, ora diminuem poderes que poderiam ser alcançados por meio do uso da língua.

Discursos, poderes e práticas sociais de linguagem: caminhos na escola

Profa. Dra. Taysa Mércia dos Santos Souza Damaceno (UFS)


A partir da perspectiva crítica dos estudos discursivos (FAIRCLOUGH (2001 [2008], 2003), tomando-se como proposta a desnaturalização de visões compartilhadas da realidade e produtos pedagógicos para formação de leitores críticos, nosso objetivo é apresentar caminhos de abordagens didáticas que trazem nos seus contextos ações de mudança social, desvelando meios de imposição, preservação e apropriação de poderes (BAJOIT, 2008; DAMACENO, 2013). O aspecto central da apresentação é a conjuntura de trabalhos com perspectiva de mediação de leitura(s) e das práticas discursivas na escola, atentadas para a construção de saberes e os Letramentos Sociais (STREET, 2003,2014; KLEIMAN, 2005) desenvolvidos no Mestrado Profissional em Letras da UFS (2016-2018), em dissertações concluídas sob nossa orientação.

 

Mesa-redonda 2 - Discurso, poder e resistência 

Nesta mesa, é previsto um debate a partir de abordagens discursivas que centralizam a discussão entre discurso, poder e resistência, refletindo sobre seus possíveis efeitos nas esferas políticas e sociais.

Discurso em Hannah Arendt: práxis política, narrativa e testemunho

Profa. Dra. Crislei Custódio (FEUSP)


O discurso e a ação são para Hannah Arendt a forma por meio da qual os sujeitos se inserem, de modo único e singular, no mundo humano. Nesse sentido, ação e discurso consistem naquilo que a autora denominará como política, que se diferencia da gestão burocrática do Estado e do comportamento, tendo como razão de ser a liberdade. É com palavras e atos que os sujeitos aparecem no mundo e confirmam o fato da natalidade - pressuposto ontológico da ação política e essência da educação. Pensado como par indissociável da ação e até mesmo como forma de ação, o discurso não apenas é o que humaniza o sujeito e revela quem ele é, mas o que permite que a atribuição de significados sobre o que se passa no mundo seja uma experiência intersubjetiva que, por meio da faculdade de pensar e da faculdade de compreender, se constitua como resistência diante de um "mundo deserto" em que se detecta a perda dos sentidos compartilhados, o esfacelamento da esfera pública e o  crescimento da esfera  social.

Gênero, poder e resistência: formas para a ação política em Judith Butler

Profa. Dra. Jacqueline Moraes Teixeira (FEUSP)


Trata-se esta apresentação de uma reflexão sobre corpo e identidade de gênero como enunciados políticos, a partir dos conceitos de performatividade de gênero e de ação politica desenvolvidos por Judith Butler. Ao pensar gênero como um instrumento para a produção de uma teoria da ação política, Butler constitui uma teoria acerca das relações contemporâneas de poder para pensar os processos de subjetivação dos corpos, a dimensão pública das subjetividades, o Estado moderno e os movimentos sociais.

 

 


Publicações

Historicamente, o EPED organiza um livro composto pelos artigos resultantes dos trabalhos apresentados no evento por docentes, pós-graduandos e graduandos. Todos os textos passam por avaliação cega por pares. A Comissão Científica é sempre composta por professores Doutores de distintas universidades brasileiras.

 

GONÇALVES-SEGUNDO, Paulo Roberto; ARAES, Célia Regina; CASTANHEIRA, Claudia; ISOLA-LANZONI, Gabriel; PENITENTE, Natalia; WEISS, Winola. Discurso e poder: teoria e análise. São Paulo: FFLCH/USP, 2020. DOI: https://doi.org/10.11606/9786587621241

Sinopse:

O livro "Discurso e poder: teoria e análise" reúne vinte capítulos – aprovados em avaliação cega por pares e produzidos por docentes e por pesquisadores de todos os níveis acadêmicos (Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado), vinculados à USP e a outras universidades brasileiras – que ilustram a diversidade de olhares teórico-metodológicas no campo dos Estudos Discursivos, bem como de suas áreas afins, para o exame de diferentes práticas sócio-historicamente ancoradas de produção, distribuição, consumo e interpretação de textos, tais como a educacional, a artística e a midiática. As principais perspectivas que embasam os estudos reunidos nessa coletânea consistem na Análise do Discurso de linha francesa, na Análise Crítica do Discurso, na Análise Dialógica do Discurso, na Semiótica, na Linguística Funcional, na Linguística Cognitiva, na Linguística Aplicada, na Lexicologia e na Teoria Literária.

 

 

 


Certificados

Os certificados das edições do EPED ficam disponíveis em pasta do Google Drive. Para acessar seus certificados, selecione a opção desejada. [DISPONÍVEL EM BREVE]

 

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